quarta-feira, 30 de janeiro de 2013


Agentes penitenciários param: "Não tem como andar desarmado", diz sindicato

Agentes da Paraíba aderem a protesto contra veto de Dilma Rousseff; Governo do Estado garante que 30% do efetivo é suficiente e sociedade não será prejudicada
Cidades | Em 30/01/13 às 11h49, atualizado em 30/01/13 às 16h47 | Por Priscila Andrade e Janaína Araújo
Assessoria 123
Agentes penitenciários param atividades
“Não temos como voltar para nossas casas desarmados. Usamos até disfarces para sairmos dos presídios. O veto de Dilma põe em risco nossas vidas”, disse o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários da Paraíba, Manoel Leite.
Com essa frase, o presidente do sindicato informou que os mais de dois mil agentes na Paraíba aderiram à paralisação nacional de 24h – começou nesta quarta-feira (30), a partir das 8h e vai até às 8h desta quinta-feira (31) - com o objetivo de chamar atenção das autoridades pela qualidade de trabalho dos agentes e o uso de porte de arma vetado pela presidente Dilma Rousseff.
Segundo Manoel Leite, a tensão fora do trabalho é muito grande, já que eles recebem constantes ameaças e têm que se disfarçarem. “Quando saímos do trabalho a tensão passa a ser maior. Hoje temos que sair dos presídios disfarçados. Esta realidade só acontecia nos grandes centros, mas infelizmente acontece na Paraíba também”, disse Manoel.
De acordo com o presidente do sindicato, nos últimos sete anos, 2.010 agentes foram assassinados no país. Este número é o equivalente a quase todo o efetivo dos agentes no Estado.
Na Paraíba existem 80 unidades no Sistema Penitenciário estadual e apenas 30% estão trabalhando para garantir os serviços essenciais como a alimentação dos apenados e casos de saúde considerados de urgência. Ficam suspensas as visitas íntimas, o banho de sol, além de assistências religiosa e jurídica.
A concentração acontece na Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, conhecido como presídio do Roger.
O secretário da Administração Penitenciária (Seap) Walber Virgolino disse que não teme greve dos agentes. E garantiu que a sociedade não será prejudicada. "O presidente do sindicato garantiu que o movimento não é contra o Estado e sim uma manifestação contra o veto da presidente Dilma. Como a manifestação é nacional não tem como a secretaria absorver o movimento. Ele deveria ser discutido em esfera nacional”, disse Walber Virgulino.

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