domingo, 21 de abril de 2013

Perigo que vem das árvores Galhos próximos da rede elétrica podem causar problemas maiores do que a simples interrupção no fornecimento


No ramal do Pau Rosa, onde morreu uma menina e um animal, empresa faz a poda das árvores que se aproximam da rede
No ramal do Pau Rosa, onde morreu uma menina e um animal, empresa faz a poda das árvores que se aproximam da rede (Ney Mendes)
O crescimento de árvores próximo a rede elétrica em Manaus é um perigo constante para a segurança da população. O contato de galhos de árvores com fios da alta tensão pode causar, além da interrupção no abastecimento de energia, a morte de pessoas e animais. O último caso que resultou em morte ocorreu no dia 10 de março deste ano, quando a pequena Stefany Silva da Silva, de apenas dois anos, foi eletrocutada depois que o galho de uma árvore caiu sobre um fio de média tensão, que rompeu, e atingiu a carroça onde ela estava com a mãe, a agricultora Déborah Aparecida da Silva Brito, 29.
O boi que puxava a carroça também morreu. O único sustento da família era obtido com o animal. A descarga fez com que mãe e filha fossem arremessadas para uma poça de lama. Débora ficou com sequelas físicas e psicológicas que a impossibilitaram de trabalhar. Sem dinheiro, Débora não teve nem mesmo com velar a filha dignamente que permaneceu sobre uma mesa de sinuca até ser enterrada.
Na zona urbana é possível encontrar várias áreas onde árvores estão próximas ou em contato com a rede elétrica. O detalhe, é que a poda de árvores é uma obrigação da Eletrobras Amazonas Energia que deve fazer o serviço com a distância mínima de um metro de postes com ou sem transformadores, conforme prevê o Plano Diretor de Arborização Urbana da Prefeitura de Manaus.
De acordo com a própria concessionária, a obrigatoriedade é para combater potenciais causadores da interrupção da energia ou que possam causar curtos-circuitos. A responsabilidade da poda é da Eletrobras a partir do momento que as árvores começam a interferir na rede.
A obrigatoriedade vale tanto para o perímetro urbano da capital, quanto para o rural. No entanto, a única diferença é a autorização de órgãos ambientais. Na área urbana, por exemplo, se a árvore a ser podada estiver na rua à concessionária faz o serviço sem a necessidade de autorização. Se estiver em terreno particular, o proprietário precisa pedir permissão da Secretaria Municipal de Meio ambiente e Sustentabilidade (Semmas). Na Zona Rural, a autorização fica a cargo do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam).
Porém, a concessionária não faz o corte total da árvore, apenas reduz o necessário para afastar a vegetação da rede de energia elétrica.
A fatalidade com Stefany e Débora ocorreu justamente na area rural de Manaus, no ramal do Pau Rosa, no KM 21 da BR 174 (a Manaus- Boa Vista. Os moradores do ramal reclamavam da falta de poda nas árvores. A CRÍTICA esteve na comunidade na última quarta-feira e constatou que seis caminhões do serviço de manutenção e poda da concessionária estavam fazendo o serviço ao longo do ramal do Pau Rosa.
Cinco mil podas a cada mês
A frequência de poda na cidade depende da espécie de árvore, mas em média chega a quatro meses. Todos os meses uma média cinco mil árvores de diversas espécies são podadas. O quantitativo corresponde a 60 mil árvores podadas por ano.
O serviço é realizado por oito equipes da própria empresa. Destas, duas fazem a poda com a rede energizada, duas atuam nas estradas e ramais e outras quatro na área urbana.
As áreas com maior concentração de árvores próximas a rede elétrica em Manaus, essão na Zona Oeste, mas especificamente nos bairros Tarumã e Ponta Negra. Na Zona Leste o problema é maior no bairro Jorge Teixeira. Na Centro-Sul ele concentra-se no conjunto Vieiralves, e nos bairro Nossa Senhora das Graças e Aleixo. Na Zona Sulos bairros problemáticos são Japiim e Cachoeirinha. Estes dados estão nos documentos de monitoramento feito pela concessionária Eletrobras Amazonas Energia.

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