quarta-feira, 20 de março de 2013


São José 'atende' prece e estado registra chuva na zona da mata e litoral

Chuva no dia de São José é garantia de milho no período junino. Mas a falta de semente preocupa agricultores.
Railton Teixeira
Arquivo
Falta de sementes e chuva pode afetar produção de milho
Falta de sementes e chuva pode afetar produção de milho
Ainda nas primeiras horas do dia o agricultor reza: “Meu divino São José, imploro em vossos pés, mandai chuva com abundância, meu Jesus de Nazaré”. Enquanto plantava as escassas sementes de milho e o feijão – devido à falta de chuva que atinge a região nordestina desde o ano passado – ele tem a esperança da colheita para festejar no período junino.
Ao que parece, as orações dos trabalhadores rurais foram atendidas e, na manhã desta terça-feira, 19, parte do Estado foi contemplada com a chuva. “Acordei alegre com o barulho da chuva no telhado e não quis mais dormir, cuidei logo em vim para Maceió adquirir sementes de milho e feijão para colhermos no São José”, relatou alegre o agricultor Severino Luiz, de Porto Calvo, a 101 km de Maceió.
Segundo Severino, a maior dor para o homem do campo é não ver uma gota de água cair no solo no dia do padroeiro do trabalhador. No ano passado, a produção de milho oriundo da agricultura familiar foi escassa, resultando em uma inflação no preço do produto durante a comercialização no período junino.
“Chorei de tristeza no ano passado em ver que não poderia fazer a festa da colheita, mas não desanimei e segurei na mão de Deus e disse para a minha esposa que este ano teríamos muito milho. Sabia desde sempre que São José não nos abandonaria”, destacou o camponês.
Ainda segundo ele, em todo o litoral norte e parte da zona da mata alagoana está chovendo. “Liguei para os meus familiares em Messias e Murici para certificar se lá também estava chovendo. Grande foi a alegria em ouvir que sim”, comemorou.
Infelizmente a mesma alegria não é compartilhada pelos agricultores sertanejos. Segundo o agricultor Josivaldo Soares, do assentamento Serrote das Aroeiras, em Jacaré dos Homens, a 179 km Maceió, há quase dois anos não chove na região.
“Não temos nem ração para alimentar o gado. Está seco, sem vida e a gente está sem água, sobrevivendo das bolsas que nos é passada que só dá para uma semana”, desabafou o sertanejo.
Para ele, milho no sertão só será visto se for doação. “Temos esperança de comer pelo menos uma espiga de milho dos nossos irmãos agricultores que nos ajudam. Porque plantação só em sonho”, relatou desanimado.

Falta de sementes

“A alegria de pobre dura pouco”, foi desta forma que relatou ao Alagoas24horas o agricultor Severino Luiz, de Porto Calvo, se haveria milho no São José. Segundo ele, ao chegar a Maceió foi informado que não havia sementes de milho disponíveis para os agricultores.
“Estou aqui desde 5h atrás de sementes e fui informado que não há sementes por causa da seca. Quando não é uma coisa é outra, mas temos até amanhã para garantir o milho e meu São José vai ajudar, vamos rezar”, concluiu confiante.

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